Vereadores de Araguaína ignoram parecer técnico do TCE e aprovam contas de Ronaldo Dimas

Com aprovação unânime, ex-prefeito mantém elegibilidade e fica apto para eventual candidatura em 2026

A Câmara Municipal de Araguaína aprovou, por unanimidade, as contas dos exercícios de 2018 e 2019 da gestão do ex-prefeito Ronaldo Dimas (PL), atual secretário de Planejamento Urbano de Palmas. A decisão foi tomada na sessão desta quinta-feira (12) e contraria pareceres técnicos do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins (TCE-TO), que recomendavam a rejeição dos balanços.

A aprovação foi baseada nos relatórios da Comissão de Finanças e Orçamento (CFO) da Câmara, ambos assinados pelo vereador Diego Saraiva Pires (MDB), que tem como grau de instrução, segundo seu registro na justiça eleitoral, o ensino médio completo. Segundo o parecer, não há prejuízo ao erário nem ato de improbidade grave que justifique a rejeição das contas. “Inexiste qualquer prejuízo ao erário ou improbidade de natureza grave que derive na elevada sanção de rejeição, cuja conduta macula toda a vida pública e imagem do gestor”, apontam os documentos.

Defesa política da gestão

Durante a votação, diversos parlamentares fizeram questão de elogiar a gestão de Dimas à frente da prefeitura de Araguaína. O presidente da CFO, vereador Ygor Cortez (Podemos), destacou o legado do ex-prefeito: “Fica difícil ir contra o parecer, mas também ir contrário a um homem que revolucionou Araguaína, transformou-a e a levou em outro patamar”.

Na mesma linha, o líder do governo municipal, José da Guia (União Brasil), afirmou: “Não tem por que reprovar a conta de um gestor que fez história em Araguaína”. Os vereadores Israel da Terezona (UB), Gideon Soares (PL) e Israel Brito (Republicanos) também se posicionaram favoráveis à aprovação. Este último, inclusive, admitiu não ter proximidade com o ex-prefeito, mas disse não ter identificado dolo ou desvio de recursos.

Elegibilidade mantida

Com a aprovação legislativa, Ronaldo Dimas mantém sua elegibilidade, o que o deixa apto para disputar as eleições de 2026, caso decida se candidatar. A rejeição das contas, caso fosse confirmada pela Câmara, poderia implicar em sanções políticas, como a inelegibilidade por oito anos.

Apesar do posicionamento técnico do TCE, a decisão final cabe ao Legislativo municipal, que optou por acolher o entendimento da CFO e valorizar o contexto administrativo da gestão Dimas, mesmo diante das ressalvas apontadas pelo órgão de controle externo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: O conteúdo protegido !!! Este conteúdo e de exclusividade do Repórter TO.