Vítima relata ‘gosto estranho que ficava na boca’ após tomar suposto chá com sêmen entregue por professor de canto preso
Uma jovem de 20 anos relatou à Polícia Civil que o professor de canto Hallan Richard Morais, de 26 anos, insistia para filmá-la enquanto bebia uma bebida que ele apresentava como um “chá para melhorar as cordas vocais”. O depoimento foi dado após a prisão do suspeito, ocorrida na última sexta-feira (25), e integra as investigações que apuram tentativa de violação sexual mediante fraude.
Segundo o boletim de ocorrência, a vítima conheceu Hallan Richard na igreja que frequenta e passou a ter aulas individuais de canto a convite do professor, que elogiou sua voz. Ao todo, ela participou de seis aulas. Desde a primeira sessão, o suspeito sugeriu o consumo da bebida, alegando que teria propriedades para aprimorar o desempenho vocal.
A jovem relatou que, inicialmente, o líquido oferecido tinha cor amarelada, consistência fina e sabor suave, “parecendo uma infusão de ervas”. Entretanto, nas últimas aulas, a aparência da bebida mudou, passando a apresentar cor branca, textura espessa e um gosto forte que “ficava na boca e demorava a sair”, conforme descreveu em depoimento.
Durante as aulas, Hallan Richard teria insistido para gravar o momento em que a vítima bebia o líquido, tentativa que foi recusada por ela em todas as ocasiões. A jovem afirmou que, por confiar no professor, acabou ingerindo a bebida, mesmo estranhando suas características.
Após tomar conhecimento da repercussão do caso e identificar semelhanças entre seu relato e de outras vítimas, a jovem procurou a Central de Atendimento à Mulher 24h, em Palmas, durante a madrugada de domingo (27). À polícia, ela disse acreditar que o líquido pudesse conter sêmen.
O professor Hallan Richard Morais teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Ele também é investigado por suspeita de estupro de vulnerável. Durante as apurações, um HD externo contendo vídeos de alunas ingerindo a bebida e outros materiais, incluindo pornografia envolvendo mulheres e crianças, foi entregue à Polícia Civil pelo irmão do suspeito. O material foi apreendido para análise.
Nas redes sociais, Hallan Richard publicava vídeos tocando instrumentos musicais e participando de atividades em igrejas. A Defensoria Pública está responsável por sua defesa até eventual constituição de advogado particular.
A investigação segue em andamento para identificar outras possíveis vítimas.
Com informações do G1*