Candidato a vereador foi preso após denúncia forjada de estupro; duas mulheres são indiciadas no TO
Vítima da denúncia injusta era candidato a vereador; caso teria motivação política, diz Polícia Civil
A Polícia Civil do Tocantins concluiu nesta segunda-feira (9) o inquérito que apura um caso de denúncia caluniosa ocorrido em 2012 no município de Ponte Alta do Tocantins. O caso ganhou novos desdobramentos após o indiciamento de duas mulheres acusadas de forjar uma denúncia de estupro de vulnerável que resultou na prisão e condenação de um homem de 49 anos, inocente segundo a nova investigação.
De acordo com a apuração da 81ª Delegacia de Polícia, o homem foi acusado por uma adolescente de 13 anos que, à época, afirmou ter sido vítima do crime. Onze anos depois, em 2023, a mesma jovem prestou novo depoimento à Polícia Civil, declarando que teria sido induzida a mentir pela própria irmã e por uma servidora pública do município.
As duas mulheres indiciadas já eram maiores de idade na época dos fatos. As investigações apontaram ainda que o acusado era candidato a vereador no ano da acusação, enquanto a servidora apontada como coautora da falsa denúncia também disputava uma vaga na Câmara Municipal — sendo adversária direta do homem injustamente condenado.
O delegado Roberto Assis, responsável pelo inquérito, destacou a gravidade da situação. “Temos observado um grande aumento no número de falsas denúncias. Isso tem levado à prática de graves injustiças, como neste caso, em que um homem foi preso e condenado injustamente por um crime tão sensível”, afirmou.
A prisão do homem ocorreu apenas em abril deste ano, mais de uma década após a suposta ocorrência dos fatos. A reviravolta no caso só foi possível após a nova oitiva da vítima e a identificação da motivação política por trás da falsa imputação.
Com a conclusão do inquérito, a Polícia Civil encaminhou o caso ao Ministério Público, que deverá avaliar o oferecimento de denúncia formal contra as duas mulheres.
O nome dos envolvidos não foi divulgado oficialmente.