Prefeitura diz que Gol sinaliza interesse, mas desconfiança sobre aeroporto de Araguaína paira no ar

Segundo a Prefeitura de Araguaína, a Gol Linhas Aéreas confirmou nesta segunda-feira, 26, que tem interesse em operar uma rota para Araguaína ainda no segundo semestre deste ano. O anúncio foi feito em nota a imprensa. e disse que o prefeito Wagner Rodrigues (UB) se reuniu com  diretores da companhia. O texto da prefeitura deixou no ar mais perguntas do que respostas. Afinal, a cidade já ouviu promessas parecidas antes. Desde fevereiro do ano passado, quando a VoePass (antiga Passaredo) suspendeu seus voos, o aeroporto de Araguaína permanece sem operações comerciais. E, mesmo sem receber voos há mais de um ano, o terminal continua pesando no bolso do contribuinte. Em abril, o RepórterTO noticiou que a Prefeitura renovou, pela quarta vez, o contrato com a empresa responsável pela gestão do aeroporto. O valor? R$ 3,6 milhões por mais 12 meses.

Enquanto a administração municipal celebra o suposto avanço nas tratativas, parte da população e do setor empresarial encara o anúncio com um misto de ceticismo e déjà-vu. “Sempre dizem que vai voltar, que vai ter voo, mas nunca acontece. Será que agora vai mesmo?”, questiona um comerciante da cidade que preferiu não se identificar.

O histórico de promessas não cumpridas alimenta o descrédito. Embora o aeroporto tenha passado por obras de modernização, com melhorias na drenagem, nivelamento das cabeceiras e instalação de equipamentos de navegação como o PAPI e o EPTA, o terminal ainda precisa concluir a ampliação da área de embarque e outras obras essenciais. A duplicação da Avenida Dionísio Farias, que liga o aeroporto à BR-153, também está prevista para facilitar o acesso.

Mesmo com todos esses investimentos, as aeronaves comerciais seguem sem pousar em Araguaína. Desta vez, a Gol, ainda segundo a prefeitura, planeja usar um Boeing 737-800 com capacidade para 186 passageiros, mas a operação ainda depende de negociações com o Governo do Estado sobre incentivos fiscais, como a redução do ICMS do querosene de aviação. A reunião está marcada para esta terça-feira, 27.

“É um anúncio importante, mas com tanto histórico de promessas não cumpridas, a gente precisa ver para crer”, pontua um empresário local do setor de logística, que também não quis se identificar. “A cidade merece e precisa de voos, mas até hoje só ouvimos conversas.”

A população observa, desconfiada, se o novo anúncio sairá do papel ou se será apenas mais uma página no histórico de promessas sobre o aeroporto. Enquanto isso, o terminal permanece fechado para operações comerciais e o contribuinte continua pagando a conta.

A torcida de todos é que, dessa vez, não seja mais uma promessa política.

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