Assembleia recebe o quinto pedido de impeachment contra Wanderlei Barbosa

Novas representações apresentadas por um jornalista e um vereador de Porto Nacional se somam às outras três já protocoladas; todas têm como base as investigações da Operação Fames-19.

A crise política que envolve o governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos) ganhou novo capítulo nesta semana, com a chegada de dois novos pedidos de impeachment à Assembleia Legislativa do Tocantins. Agora, já são cinco representações protocoladas contra o chefe do Executivo, que está fora do cargo desde o dia 3 de setembro, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Os novos pedidos foram apresentados pelo jornalista Antônio Guimarães e pelo vereador de Porto Nacional, Junio de Cesário (PSDB). Ambos citam as investigações da Operação Fames-19, que apura supostos desvios de recursos públicos destinados à compra de cestas básicas e frangos congelados durante a pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2021.

Fundamentos e acusações

O pedido do jornalista Antônio Guimarães acusa Wanderlei de peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, frustração de licitação e formação de organização criminosa. Já o documento apresentado por Junio de Cesário sustenta que há indícios de irregularidades em contratos públicos e violação aos princípios da moralidade e probidade administrativa, previstos na Constituição Federal.

O vereador também aponta que a crise política instaurada após o afastamento de Wanderlei causou instabilidade administrativa no Estado, com reflexos em setores como saúde, infraestrutura, agricultura e assistência social.

Tramitação e base legal

Os pedidos citam a Lei Federal nº 1.079/1950, que define os crimes de responsabilidade e estabelece as regras para processos de impeachment. Entre as solicitações estão a leitura em plenário, a formação de uma comissão especial para análise de admissibilidade e, ao final, a possível instauração formal do processo.

Com os novos protocolos, a Assembleia acumula agora cinco pedidos: dois apresentados pelo vereador de Palmas Carlos Amastha (PSB), um pelo advogado Paulo Roberto da Silva, de Araguaína, um por Antônio Guimarães e outro por Junio de Cesário.

Defesa tenta reverter afastamento

Enquanto o Legislativo avalia os novos pedidos, a defesa de Wanderlei mantém ofensiva em Brasília. O governador afastado já apresentou três recursos ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reassumir o cargo. O último foi negado pelo ministro Luís Roberto Barroso, na véspera de sua aposentadoria.

Com o afastamento mantido e o número crescente de representações, o caso de Wanderlei Barbosa se consolida como a mais grave crise política recente do Tocantins, abrindo espaço para novas movimentações no cenário estadual.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: O conteúdo protegido !!! Este conteúdo e de exclusividade do Repórter TO.