Fala do secretário da Educação sobre concurso gera revolta: aprovados expõem casos de omissão nas nomeações

Declaração de que “todos foram convocados” gerou revolta entre candidatos que ainda aguardam nomeação, mesmo dentro das vagas imediatas do edital

As declarações do secretário de Estado da Educação do Tocantins, Fábio Vaz, de que “todos os aprovados no concurso da Seduc já foram convocados” provocaram forte reação entre os candidatos que ainda aguardam nomeação no concurso regido pelo edital nº 01/2023. A Comissão dos Aprovados divulgou nota à imprensa nesta semana denunciando o que considera uma grave distorção da realidade.

Segundo levantamento feito pela comissão, ainda há aprovados classificados dentro do número de vagas imediatas previstas em edital que não foram chamados. O grupo aponta que a fala do secretário desinforma a população e invisibiliza a luta de quem se dedicou ao concurso e conquistou o direito à nomeação.

“O edital é claro: prevê as vagas, e todos os aprovados no certame foram devidamente homologados. No entanto, mesmo entre os candidatos dentro do número de vagas, ainda há pessoas aguardando convocação – situação registrada no Diário Oficial. Afirmar que todos foram convocados é ignorar os fatos”, afirmou a Comissão dos Aprovados em nota oficial.

Casos ignorados

Os aprovados afirmam que não são apenas números e cobram respeito às suas trajetórias. Um dos exemplos citados pela comissão é o de Rosilene dos Santos da Silva Soares, aprovada em 4º lugar para coordenadora pedagógica em Lagoa do Tocantins. Mesmo com a desistência da terceira colocada, Rosilene não foi chamada.

“Pela fala do secretário, eu não serei chamada, mesmo com a desistência da candidata anterior. Isso é desanimador. Eu conquistei essa vaga com muito esforço. Ela é minha por direito”, desabafou.

Situação semelhante vive o professor Eduardo dos Santos, aprovado em 4º lugar para Geografia em Nova Olinda. O edital previa três vagas imediatas e uma para cadastro reserva. “Estou dentro das vagas previstas. A convocação chegou até o terceiro colocado e parou. Isso não é só um erro, é uma tentativa de encerrar o processo à força”, criticou.

Outro exemplo é o de Yasmin Pereira Lima, de Tocantinópolis, aprovada em 5º lugar para coordenadora pedagógica em Wanderlândia. O edital previa cinco vagas. Até agora, apenas quatro foram convocados. “Sinto como se não existisse. Será que ele conhece mesmo os dados do concurso que sua pasta realizou?”, questiona.

Exigências dos aprovados

A Comissão dos Aprovados exige que o Governo do Tocantins e a Seduc cumpram o edital do concurso público e deem transparência aos dados. Entre as demandas estão:

  • Convocação dos aprovados dentro das vagas imediatas
  • Reconhecimento de vagas reais ainda não preenchidas
  • Prorrogação do certame
  • Divulgação clara sobre nomeações, vacâncias, aposentadorias e contratações temporárias

“Não pedimos favores, apenas o cumprimento da lei. Ignorar isso é ignorar a própria Constituição”, reforça a nota.

Mais de 4 mil aguardam

Além dos classificados nas vagas imediatas, mais de 4 mil candidatos aprovados e homologados ainda aguardam nomeação em vagas que podem surgir por vacância, exoneração ou expansão da rede. O concurso tem validade até 30 de novembro de 2025, conforme o edital.

Uma reunião entre o Ministério Público, Seduc e Procuradoria Geral do Estado está marcada para o dia 12 de agosto, no Fórum de Palmas. O grupo espera que o Estado apresente os dados reais de vagas e proponha soluções para a convocação dos demais aprovados.

Até que haja uma resposta institucional efetiva, a Comissão dos Aprovados afirma que continuará recorrendo a órgãos de controle para garantir o cumprimento integral do edital e dos direitos dos candidatos.

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