Todos os deputados do Tocantins votam a favor da PEC da Blindagem na Câmara

Proposta aprovada amplia foro privilegiado e cria novas restrições à atuação da Justiça contra parlamentares

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (16) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a blindagem judicial para deputados e senadores, apelidada de PEC da Blindagem. O texto permite, por exemplo, que parlamentares barrem a prisão de colegas determinada pela Justiça, em votação secreta.

No Tocantins, todos os oito deputados federais votaram a favor da medida:

  • Alexandre Guimarães (MDB)
  • Antonio Andrade (Republicanos)
  • Carlos Henrique Gaguim (União Brasil)
  • Eli Borges (PL)
  • Filipe Martins (PL)
  • Ricardo Ayres (Republicanos)
  • Tiago Dimas (Podemos)
  • Vicentinho Júnior (PP)

A aprovação aconteceu em dois turnos: no primeiro, foram 353 votos a favor e 134 contra; no segundo, 344 a favor e 133 contra. Eram necessários, no mínimo, 308 votos em cada rodada. Agora, a Câmara ainda precisa analisar três destaques (sugestões de alteração ao texto), antes que a proposta siga para o Senado.

O que muda com a PEC

Segundo o texto, deputados e senadores só poderão ser processados judicialmente com autorização das respectivas Casas Legislativas, em votação secreta e com maioria absoluta. Além disso, apenas o Supremo Tribunal Federal (STF) poderá expedir medidas cautelares contra parlamentares, impedindo que instâncias inferiores determinem restrições.

A proposta também amplia o foro privilegiado, passando a contemplar presidentes de partidos com representação no Congresso Nacional, que passarão a ser julgados diretamente pelo STF em infrações penais comuns.

Em casos de prisão em flagrante por crimes inafiançáveis, os autos deverão ser enviados em até 24 horas à Câmara ou ao Senado, que decidirão, em votação secreta, se autorizam ou não a prisão.

Negociação política

A votação da PEC foi articulada pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), como parte de um acordo para encerrar o motim de deputados da oposição, que protestavam contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O atual presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu o texto: “Não é uma pauta da direita ou da esquerda. É uma pauta que garante a independência do Legislativo”.

Próximos passos

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), já antecipou que a proposta não deverá prosperar no colegiado. No entanto, para virar lei, a PEC ainda precisará passar pelo Senado, onde também deverá ser votada em dois turnos.

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