Suspeito de estuprar, torturar e matar indígena com deficiência intelectual é preso em aldeia no Tocantins

Prisão temporária foi cumprida pela Polícia Civil neste sábado (13); vítima de 18 anos estava grávida e foi encontrada parcialmente carbonizada na Ilha do Bananal

Um homem foi preso temporariamente neste sábado (13) pela Polícia Civil do Tocantins, suspeito de envolvimento no assassinato da jovem indígena Harenaki Javaé, de 18 anos. A vítima, que tinha deficiência intelectual e estava no início de uma gravidez, foi encontrada morta no dia 7 de setembro, com o corpo parcialmente carbonizado, na região da Aldeia Canuanã, zona rural de Formoso do Araguaia, no sudoeste do estado.

A prisão ocorreu dentro da Ilha do Bananal, durante uma ação conjunta da 84ª Delegacia de Polícia de Formoso do Araguaia e da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Gurupi. O nome do suspeito não foi divulgado. Ele foi levado para Gurupi, onde passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e permanecerá à disposição da Justiça.

Crime brutal em festejo na aldeia

Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública (SSP), o crime aconteceu durante um festejo na Aldeia Canuanã. Testemunhas afirmaram que a jovem foi vista pela última vez na companhia do suspeito, que já teria feito ameaças e agredido a vítima anteriormente.

Equipes policiais encontraram na casa dele vestígios genéticos, que foram apreendidos e encaminhados para perícia. O caso segue em investigação.

No dia do crime, a Polícia Militar foi acionada por uma enfermeira e localizou o corpo da jovem. De acordo com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), Harenaki morava na Aldeia São João, também localizada dentro da Ilha do Bananal.

Repercussão

A morte de Harenaki Javaé provocou forte comoção e indignação entre organizações indígenas. O Instituto de Caciques e Povos Indígenas da Ilha do Bananal (Icapib) divulgou nota repudiando o feminicídio.

“O feminicídio que tirou a vida de Harenaki é inadmissível e não pode ser normalizado. A jovem, que possuía problemas mentais e tinha a mentalidade de uma criança, não compreendia a realidade da vida como nós. Ela não sabia o que estava acontecendo, e por isso sua perda é ainda mais dolorosa e revoltante. Foi um ato de violência bárbaro e covarde contra alguém indefesa, que nunca deveria ter acontecido”, afirmou a entidade.

O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) lamentou a morte e prestou solidariedade à família da vítima. A Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (ARPIT) também se manifestou pedindo celeridade na apuração do caso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: O conteúdo protegido !!! Este conteúdo e de exclusividade do Repórter TO.