Crime brutal contra idosa no Tocantins segue sem solução; laudo revela espancamento até a morte
Perícia concluiu que Maria de Fátima foi agredida até a morte. Mesmo com laudo confirmando homicídio, crime segue sem solução após oito meses.
A família de Maria de Fátima Oliveira, de 62 anos, ainda espera por justiça quase oito meses após a morte da idosa em Buriti do Tocantins, no extremo norte do estado. Embora o boletim de ocorrência registrado no dia 7 de novembro de 2024 tenha apontado causas naturais, um laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que a vítima foi agredida até a morte e arrastada dentro da própria casa. Até o momento, nenhum suspeito foi preso.
O corpo de Maria foi encontrado por um dos quatro filhos, caído sobre uma mala na dispensa da residência. Segundo o boletim inicial, “não foi encontrado na residência nada suspeito que pudesse levar a acreditar que a morte da vítima não fosse natural”. No entanto, o bom estado de saúde da idosa e o desaparecimento de dinheiro que ela costumava guardar em casa levantaram a desconfiança dos familiares, que solicitaram uma perícia.
“Ela não usava banco, não usava aplicativo nem Pix. Todos os pagamentos dela eram em dinheiro. Era daquelas pessoas antigas que gostam de guardar dinheiro em casa e a gente não encontrou nada”, contou a filha, Núbia Lafaete.
O laudo do IML, datado de 29 de novembro de 2024, confirmou a morte por asfixia e indicou sinais de agressão: escoriações nos joelhos e cotovelos, lesões no olho e no nariz, além de uma fratura em uma costela. Os peritos concluíram que a vítima foi atacada em outro cômodo e depois arrastada até a dispensa.
“Todas as lesões são características de que a vítima fora agredida até a morte em local diferente do que fora encontrada e, posteriormente, fora arrastada até a dispensa, com o local sendo descaracterizado pelo autor”, afirma o documento.
O exame indica ainda que não houve uso de instrumentos cortantes ou armas. A agressão teria sido feita com golpes diretos, utilizando mãos e pés, além de força para causar a fratura.
Local comprometido
De acordo com a Polícia Civil, a cena do crime foi comprometida pelo fluxo de pessoas que entraram na residência logo após a morte. Apenas a área onde estava o corpo foi isolada pela Polícia Militar, o que dificultou a coleta de evidências.
“O comprometimento do local devido ao grande fluxo de pessoas dificultou a identificação de vestígios essenciais, como possíveis manchas de sangue, marcas de arraste ou deslocamento de objetos”, diz o relatório.
A perícia ainda ressalta que a posição em que o corpo foi encontrado não é compatível com uma queda acidental, como inicialmente indicado, o que reforça a tese de que o corpo foi manipulado para simular outro tipo de morte.
Justiça ainda não veio
O caso segue sem solução. Nenhum suspeito foi identificado ou preso. “Até hoje não vimos justiça, e é isso que a gente quer. Eu sei que nada vai trazer minha mãe de volta, mas a gente quer justiça”, desabafou Núbia.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP) informou que as investigações estão em andamento e que o inquérito policial é acompanhado pelo Ministério Público Estadual (MPTO).
As informações são do G1 Tocantins