Morre menina que comeu ovo de Páscoa suspeito de envenenamento em Imperatriz; irmão também morreu
A adolescente Evely Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, morreu ao meio-dia desta terça-feira (22) no Hospital Municipal de Imperatriz (HMI), no Maranhão. Ela foi a segunda vítima fatal após consumir um ovo de Páscoa supostamente envenenado, recebido como presente por sua família no último dia 16 de abril.
A informação foi confirmada pela unidade de saúde, que divulgou nota informando que Evely morreu em decorrência de choque vascular refratário, associado à falência múltipla de órgãos. A adolescente estava internada em estado grave desde o episódio e, segundo o hospital, recebeu todos os cuidados médicos possíveis, mas não respondeu ao tratamento.
Irmão de 7 anos também morreu
Antes de Evely, o irmão mais novo, Luís Fernando Rocha Silva, de 7 anos, já havia falecido poucas horas após consumir o mesmo chocolate. A mãe das crianças, Mirian Lira, também ingeriu o doce e passou dias internada na UTI. Ela foi extubada no domingo (20) e recebeu a notícia da morte do filho e do estado grave da filha um dia depois. Seu quadro atual é estável e a expectativa é de alta nos próximos dias.
Crime foi premeditado, aponta polícia
A principal suspeita do crime é Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, que está presa desde o último domingo (20) na Unidade Prisional Feminina de São Luís. Segundo a investigação da Polícia Civil do Maranhão, Jordélia teria cometido o crime por ciúmes e vingança, motivada pelo fim do casamento e pela relação de seu ex-companheiro com Mirian Lira, mãe das vítimas.
De acordo com as autoridades, Jordélia viajou mais de 380 km, se hospedou com nome falso, utilizou perucas e identidade forjada, e se passou por vendedora de trufas próximo ao local de trabalho de Mirian. O ovo de Páscoa foi comprado por ela e entregue à vítima com um bilhete que dizia: “Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa.”
A suspeita também teria feito uma ligação para Mirian logo após a entrega, perguntando se o ovo havia sido recebido. As câmeras de segurança de uma loja de chocolates e de um hotel registraram Jordélia em momentos diferentes da operação. Ao ser presa, foram encontrados com ela perucas, chocolates e bilhetes forjados.
Investigação segue com laudos periciais
O Instituto de Criminalística analisa amostras do chocolate e do sangue das vítimas para identificar o tipo de veneno utilizado. Os laudos devem ficar prontos nos próximos dias e serão fundamentais para o indiciamento formal da suspeita, que nega o envenenamento, embora tenha admitido a compra do chocolate.
Segundo a Polícia Civil, os elementos já reunidos — como vídeos, comprovantes, materiais apreendidos e testemunhos — são considerados suficientes para atribuir a autoria do crime à suspeita, que deve responder por homicídio qualificado e tentativa de homicídio.