Hospital Regional de Araguaína enfrenta denúncias de desabastecimento; governo nega crise
O Hospital Regional de Araguaína (HRA), maior unidade pública de saúde do norte do Tocantins e referência em média e alta complexidade, urgência e emergência, enfrenta denúncias graves de desabastecimento. Pacientes e profissionais relatam a falta de medicamentos básicos, como analgésicos, além de insumos indispensáveis, como coletores de urina e seringas.
Sofrimento dos pacientes
“É desesperador ver alguém sentindo dor e não ter nem o básico para aliviar. A sensação é de abandono”, afirmou uma acompanhante.
Profissionais também confirmam a precariedade. “Estamos trabalhando no limite, improvisando em situações que jamais poderiam ser improvisadas. É desumano para o paciente e para quem tenta atender”, disse uma enfermeira.
Um médico ouvido pela reportagem foi direto: “Sem coletores, sem seringas, sem medicação. Isso compromete desde procedimentos simples até casos graves de emergência. O risco é evidente”.
Contradição entre prática e discurso
Apesar dos relatos, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) nega desabastecimento. Em nota, a pasta afirmou que as unidades estão abastecidas para o funcionamento de rotina e atribuiu eventuais faltas a atrasos de fornecedores ou processos de compra em fase final.
O contraste entre a realidade descrita dentro do hospital e a posição oficial gera questionamentos sobre a capacidade de resposta do Estado diante de falhas que impactam diretamente pacientes em situações críticas.
Pressão crescente
O HRA atende dezenas de municípios e concentra os casos mais graves da região norte, funcionando como porta de entrada para emergências. A sobrecarga de pacientes, associada à falta de insumos, tem elevado o risco de atrasos e a sensação de colapso dentro da unidade.
Confira a nota da SES na íntegra:
NOTA – Secretaria de Estado da Saúde
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que as unidades hospitalares sob sua gestão estão abastecidas de medicamentos e insumos para o funcionamento de rotina e algumas faltas pontuais se dão por demora na entrega, por parte dos fornecedores e por trâmites processuais em fase final de compra.
A Pasta destaca que para todos os itens faltosos, há substituição com similares de forma que a assistência à população siga de forma ininterrupta.
Palmas, 22 de setembro de 2025
Secretaria de Estado da Saúde

