Guarda Municipal tenta barrar ato pacífico de professores em Araguaína

Prefeitura alega irregularidade no uso de carro de som durante protesto; educadores afirmam que tiveram manifestação cerceada

A manhã desta sexta-feira (24) foi marcada por tensão em Araguaína durante mais um ato da greve dos profissionais da educação. O protesto, realizado em frente ao Espaço Cultural, ocorreu no momento em que o prefeito Wagner Rodrigues (União) participava de um workshop com gestores e ordenadores de despesa, e acabou resultando em confronto verbal entre manifestantes e agentes da Guarda Municipal.

Segundo os educadores, o grupo tentava utilizar um carro de som para conduzir o protesto, quando foi impedido pela Guarda. Vídeos gravados por participantes mostram os agentes cercando o veículo e solicitando a interrupção do equipamento. “Estão tentando nos calar de qualquer maneira, mas isso não vai acontecer. Estaremos na porta da prefeitura, e se for preciso, fecharemos a BR”, afirmou uma das manifestantes.

O ato fazia parte da mobilização contínua dos professores da rede municipal, que estão em estado de greve desde terça-feira (21), em protesto contra o projeto de lei enviado pelo Executivo à Câmara Municipal. O texto propõe mudanças no Plano de Carreira do Magistério, o que, segundo o sindicato, representa retirada de direitos e desvalorização da categoria.

Posição da Prefeitura

Em nota, o Departamento Municipal de Posturas e Edificações de Araguaína (DEMUPE) informou que, durante a manifestação, foi solicitada a regulagem do som para garantir o andamento de um evento oficial que ocorria dentro do Espaço Cultural.

O órgão afirmou ainda que o proprietário do carro de som não possuía licença para exercer a atividade e que a utilização de aparelhagem sonora em vias e espaços públicos requer autorização prévia dos órgãos municipais, conforme o Código de Posturas do Município.

O DEMUPE explicou que o apoio da Guarda Municipal foi solicitado após alguns manifestantes tentarem impedir a fiscalização. De acordo com a nota, após diálogo com o proprietário do veículo e representantes do Sintet, o som foi reduzido voluntariamente.

Entenda o caso

Os profissionais da educação de Araguaína entraram em estado de greve após decisão em assembleia na última terça-feira (21). O movimento contesta o projeto encaminhado pelo prefeito Wagner Rodrigues que altera o Plano de Carreira do Magistério Municipal.

Na quarta-feira (22), a categoria chegou a ocupar o plenário da Câmara Municipal, e desde então realiza atos públicos e manifestações em diversos pontos da cidade.

A Prefeitura de Araguaína e o Sintet seguem sem acordo sobre a tramitação do projeto, que continua sendo acompanhado de perto pela categoria.

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