Estado é condenado a indenizar filhos de idoso vítima de falsa médica em hospital público
Os filhos de Euzébio Correia da Silva, de 86 anos, que faleceu no Hospital Regional de Guaraí em maio de 2021, deverão receber uma indenização de R$ 100 mil do Estado do Tocantins. A decisão foi proferida pelo juiz Océlio Nobre da Silva, da 1ª Vara Cível de Palmas, nesta segunda-feira (13).
De acordo com o processo, o idoso foi internado com sintomas de Covid-19 e submetido à intubação por Ludmylla Ferreira Alves, que se apresentava como médica, mas não possuía diploma válido para exercer a profissão. O procedimento foi apontado como causa da morte, que ocorreu no dia 22 de maio, cinco dias após a internação.
Atuação irregular da falsa médica
Em 2021, a direção do hospital descobriu que Ludmylla utilizava documentos falsificados para atuar como médica, alegando formação no estado de Goiás. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) registrou um boletim de ocorrência e encaminhou o caso à Corregedoria da Saúde, mas Ludmylla não é ré neste processo específico.
Relato da família
Luzia Brito da Silva, filha de Euzébio, relembrou os momentos difíceis durante a internação do pai. “Quando foi confirmado que era Covid-19, não pude mais acompanhar de perto por causa das restrições da pandemia. Foi muito angustiante”, contou.
Luzia relatou que tentou obter informações sobre o estado de saúde do pai por telefone e, após insistência, foi chamada ao hospital. Ao chegar, foi informada pelo corpo médico que Euzébio havia falecido devido a complicações na intubação. Segundo Luzia, a falsa médica demonstrou hesitação em assinar o atestado de óbito, o que levantou suspeitas.
Posição do Estado
A SES afirmou que ainda não foi notificada oficialmente da decisão, mas reforçou que, desde 2021, acompanha o caso e tomou as providências cabíveis, incluindo o registro de denúncia às autoridades.
A condenação é mais um desdobramento do caso que evidenciou falhas graves no controle sobre profissionais atuantes no sistema de saúde do estado.
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