Axixá em protesto: moradores queimam pneus e bloqueiam rua após tragédia que vitimou moradora
A morte trágica de Cheila Norma Abreu, de 47 anos, atropelada por uma carreta na manhã de segunda-feira (26), na TO-134, no perímetro urbano de Axixá do Tocantins, desencadeou uma manifestação que parou a cidade. Moradores bloquearam a avenida do Bairro Consórcio com pneus queimados e interromperam o tráfego, cobrando medidas urgentes para garantir mais segurança no trânsito.
Cheila atravessava a rodovia com a filha de 3 anos, que foi socorrida e permanece internada, sem risco de morte. A tragédia foi o estopim para a revolta da população, que denuncia o aumento drástico do tráfego de veículos pesados na cidade desde o desabamento da ponte JK, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), em dezembro de 2024.
“A tragédia era anunciada”, disseram moradores, que exigem a instalação de sinalização, passarelas para pedestres e liberação de calçadas, além do controle do fluxo de caminhões e carretas nas áreas residenciais.
O prefeito Auri-Wulange Ribeiro (União) lamentou o acidente e reforçou que a cidade não tem estrutura para suportar o volume atual de veículos. “Axixá não tem estrutura para isso. Trabalhamos incansavelmente para tirar o anel viário do papel. Essa tragédia é resultado de um problema antigo que precisa ser resolvido com urgência”, afirmou.
A situação também escancarou a precariedade no atendimento forense. Apesar da presença de um perito, o corpo de Cheila teve de ser levado a Araguaína, a cerca de 230 km, por falta de médicos plantonistas no IML de Araguatins e Tocantinópolis.
A revolta se intensificou quando um dos filhos da vítima, tomado pela dor, tentou incendiar a carreta e colidiu o carro contra o veículo, sendo contido pela polícia e preso por dano qualificado. O motorista da carreta foi autuado por homicídio culposo e lesão corporal e permanece detido. O caso está sob investigação da 14ª Delegacia de Polícia Civil de Axixá.
Enquanto a cidade permanece em luto, os moradores seguem mobilizados, com o aviso claro: se as reivindicações não forem atendidas, novos protestos serão realizados.