Afastamento de superintendente do DNIT após queda de pode é prorrogado por mais 60 dias
O afastamento do superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Tocantins, Renan Bezerra de Melo Pereira, foi prorrogado por mais 60 dias. A medida foi publicada em portaria no Diário Oficial da União e mantém o afastamento sem prejuízo da remuneração do servidor.
Renan foi afastado em janeiro deste ano durante as investigações sobre o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), ocorrido em 22 de dezembro de 2024. A tragédia causou a morte de 14 pessoas e deixou outras três desaparecidas. Um homem sobreviveu. Ao todo, dez veículos caíram no rio Tocantins, entre eles caminhões que transportavam ácido sulfúrico e defensivos agrícolas.
De acordo com a nova portaria, o servidor Flávio Ferreira Assis segue como superintendente substituto no Tocantins. Durante o afastamento, Renan Bezerra deverá permanecer à disposição do DNIT, informando meios de contato para eventuais convocações. Outros três servidores do órgão também foram afastados no início do ano – entre eles, o coordenador de engenharia, o chefe de serviço de manutenção e o chefe da Unidade Local de Araguaína. Os nomes não foram divulgados.
A primeira portaria determinando o afastamento foi publicada no dia 17 de janeiro. Já a prorrogação foi assinada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, no dia 17 de março.
Tragédia e reconstrução
O colapso da ponte Juscelino Kubitschek ocorreu após o cedimento do vão central da estrutura. Imagens registradas pelo vereador Elias Júnior (Republicanos), de Estreito, mostraram o momento exato da queda. Para permitir a construção de uma nova ponte no local, a parte da estrutura que permaneceu de pé foi implodida com 250 kg de explosivos, em operação realizada no início de fevereiro deste ano.
A nova ponte deverá ter 630 metros de extensão – cem metros a mais que a anterior – com um vão livre de 150 metros. Segundo o DNIT, as obras devem ser concluídas até o dia 22 de dezembro de 2025. O projeto está sob responsabilidade do consórcio formado pelas empresas Construtora A. Gaspar S/A e Arteleste Construções Ltda., com valor de contrato estimado em R$ 171,9 milhões.
A travessia entre os dois estados está sendo feita atualmente por balsa, medida emergencial adotada após o acidente. A ponte é considerada estratégica para a logística e o escoamento da produção da região Norte do país.
A queda da estrutura também desencadeou uma série de investigações federais sobre a segurança e manutenção da malha viária no país. O afastamento dos servidores ocorre como parte dessas apurações.