Justiça mantém prisão de Karol Digital e namorado acusados de movimentar R$ 217 milhões com esquema do “Tigrinho”
Juiz de Araguaína entendeu que não houve fato novo que justificasse a soltura; influenciadora segue presa em Ananás e namorado em Araguaína
A Justiça de Araguaína negou, nesta terça-feira (21), o pedido de revogação da prisão preventiva da influenciadora Maria Karollyny Campos Ferreira, conhecida como Karol Digital, e de seu namorado, Dhemerson Rezende Costa. Os dois estão presos desde agosto de 2025, acusados de envolvimento em um esquema de exploração de jogos de azar, lavagem de dinheiro e organização criminosa que teria movimentado mais de R$ 217 milhões entre 2019 e 2025.
Na decisão, o juiz da 1ª Vara Criminal de Araguaína entendeu que não houve fato novo ou alteração processual que justificasse a soltura dos réus. O magistrado manteve o entendimento anterior de que a prisão é necessária para garantir a ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal.
Defesa alegou excesso de prazo e pediu prisão domiciliar
A defesa apresentou o pedido no último dia 13 de outubro, argumentando que a manutenção da prisão se tornou desnecessária após o recebimento da denúncia pelo Ministério Público, no dia 30 de setembro. O advogado Leandro Nardy, terceiro a assumir o caso, sustentou que o prazo de cinco dias para oferecimento da denúncia em casos de réus presos foi extrapolado, o que configuraria constrangimento ilegal.
Como alternativa, a defesa solicitou que a prisão fosse substituída por medidas cautelares menos gravosas, entre elas a prisão domiciliar, alegando que Karol é mãe de uma criança de seis anos e enfrenta problemas de saúde.
O juiz, no entanto, indeferiu o pedido, afirmando que não há razões humanitárias ou legais que autorizem a concessão da medida.
Processo envolve familiares e empresário
Karol Digital permanece na Unidade Penal Feminina de Ananás, enquanto Dhemerson segue detido em Araguaína. Também são réus no processo a mãe da influenciadora, Maria Luzia Campos de Miranda, e o empresário Cristiano Arruda da Silva.
O grupo foi denunciado pelo Ministério Público do Tocantins por liderar um esquema ligado ao jogo virtual conhecido como “Tigrinho”, supostamente usado para simular ganhos e atrair apostadores nas redes sociais.
O caso segue em tramitação na 1ª Vara Criminal de Araguaína, onde o juiz deve analisar as próximas manifestações das defesas antes de decidir sobre a instrução do processo.

