Jovem sobrevive a grave acidente e retorna à base do SAMU para agradecer equipe que salvou sua vida em Araguaína
Kelly Ohana, de 25 anos, passou 45 dias na UTI e voltou a andar e falar após meses de reabilitação; reencontro com socorristas foi marcado por emoção e fé
O reencontro entre uma paciente e os profissionais que a salvaram emocionou a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Araguaína. A jovem Kelly Ohana, de 25 anos, voltou à base do serviço na última sexta-feira (17) para agradecer pessoalmente aos socorristas que atuaram em seu resgate após um grave acidente de trânsito ocorrido em agosto de 2024.
O acidente aconteceu quando Kelly voltava da igreja para casa. O carro em que ela estava foi atingido por outro veículo de grande porte, conduzido por um adolescente em alta velocidade. O impacto destruiu o automóvel e deixou a jovem presa às ferragens, com fraturas múltiplas, incluindo no maxilar e na mandíbula.
A mãe, Ivoneide Alves, acompanhou a homenagem e lembrou que a filha sobreviveu contra todas as probabilidades. “Eles chegaram achando que era uma vítima fatal. Mas Deus e o trabalho deles mudaram tudo. Minha filha vive porque o SAMU não desistiu”, disse emocionada.
Corrida contra o tempo
Na noite do acidente, a equipe da Unidade de Suporte Avançado conseguiu estabilizar o quadro da vítima ainda no local e a levou com urgência ao Hospital Regional de Araguaína. Durante o atendimento, Kelly chegou a sofrer três paradas cardíacas e passou semanas na UTI, respirando por traqueostomia.
A enfermeira Francislete Lira, que integrou a equipe de resgate, afirmou que o caso marcou a todos. “Foi um atendimento em que a emoção fala mais alto. A gente sente que precisa fazer o impossível. E ver a Kelly hoje, sorrindo, é a maior recompensa que poderíamos ter.”
Um caminho de recomeços
Após 45 dias internada, Kelly iniciou um longo processo de recuperação. Sem conseguir andar, falar ou se alimentar sozinha, precisou de acompanhamento diário com fisioterapeuta, fonoaudióloga, psicóloga e musicoterapeuta. Com o tempo e o apoio da mãe, voltou a dar os primeiros passos e a recuperar a fala.
Atualmente, ela segue tratamento no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, e continua evoluindo. O reencontro com os socorristas foi uma forma simbólica de fechar um ciclo. “A Kelly é a prova de que a fé e o esforço conjunto salvam vidas”, destacou um dos líderes da congregação evangélica da jovem.
Trânsito e conscientização
O diretor administrativo do SAMU, Jales da Silva, aproveitou o momento para reforçar a importância da prevenção. De janeiro a setembro de 2024, a base de Araguaína atendeu 1.679 ocorrências, sendo a maioria relacionada a acidentes de trânsito.
“O SAMU está sempre pronto, mas é fundamental que a população faça sua parte. Respeitar os limites de velocidade e evitar o álcool ao volante é o que realmente salva vidas”, afirmou.
Emoção e gratidão
Entre abraços, orações e lágrimas, Kelly agradeceu aos profissionais que transformaram um momento de desespero em uma nova chance de vida. O encontro terminou com cânticos e orações, em meio à certeza compartilhada entre todos os presentes: a vida vale cada segundo de luta.