Justiça mantém presa mulher acusada de matar empresário com requintes de crueldade em Araguaína
Juiz considerou a gravidade do crime e o risco de reincidência; corpo da vítima foi achado sob uma ponte enrolado em panos
A Justiça do Tocantins decidiu manter a prisão preventiva de Rejane Mendes da Silva, apontada como autora do assassinato do empresário José Paulo Couto, em Araguaína, norte do Estado. A decisão foi assinada pela 1ª Vara Criminal do município após nova análise obrigatória do caso, que deve ser feita a cada 90 dias conforme o Código de Processo Penal.
Na decisão, o juiz responsável entendeu que ainda estão presentes os motivos que justificaram a prisão — entre eles, a gravidade do crime, os fortes indícios de autoria e o risco à ordem pública. O magistrado ressaltou que a vítima foi morta com extrema violência, sofrendo tortura e asfixia, além de ter os pertences roubados e o corpo escondido sob uma ponte.
O processo reúne imagens de câmeras de segurança, laudos periciais e depoimentos de testemunhas, além da confissão das envolvidas. A Justiça também destacou que Rejane é investigada em outro inquérito sobre crimes contra idosos, o que reforçou o entendimento de risco de repetição dos delitos.
Com isso, Rejane seguirá presa enquanto o caso é analisado pelo Tribunal de Justiça do Tocantins.
Entenda o caso
O empresário José Paulo Couto, de 75 anos, desapareceu no dia 9 de julho de 2025. O corpo foi encontrado no dia seguinte (10 de julho) enrolado em panos e jogado sob uma ponte na Avenida Frimar, em Araguaína. O Corpo de Bombeiros foi chamado para fazer a retirada.
As investigações conduzidas pela Polícia Civil apontam que Rejane, que se dizia ex-companheira da vítima, cometeu o crime após uma discussão motivada por dinheiro. Ela alegou que o empresário havia decidido interromper pagamentos que fazia a ela e encerrar o relacionamento.
Em depoimento, a mulher confessou o homicídio e detalhou a sequência dos fatos: contou que imobilizou José Paulo, voltou à cozinha, pegou uma faca e o atacou. O laudo pericial confirmou que a causa da morte foi asfixia por estrangulamento e revelou sinais compatíveis com tortura, como fraturas e cortes profundos.
Depois do crime, Rejane afirmou ter pedido ajuda da irmã, Lindiana Mendes da Silva, de 43 anos, para ocultar o corpo. O Ministério Público denunciou Lindiana por ocultação de cadáver, enquanto Rejane responde por homicídio qualificado.

