Sequestro, tortura e morte: Justiça condena quatro pela execução de pecuarista em Araguaína; penas somam 170 anos

Crime brutal em 2024 terminou com vítima sequestrada, torturada e enterrada em cova rasa no setor Jardim Mangabeira

Três homens e uma mulher foram condenados pela morte do pecuarista Carloan Martins Araújo, de 62 anos, assassinado em outubro de 2024, em Araguaína. A sentença, assinada no último dia 22 de setembro pelo juiz Carlos Roberto de Sousa Dutra, da 1ª Vara Criminal de Araguaína, fixou penas que juntas ultrapassam 170 anos de prisão.

Segundo a decisão, cinco réus foram julgados. Quatro receberam condenações severas, enquanto um deles foi absolvido por falta de provas. Um sexto suspeito segue foragido, com mandado de prisão em aberto desde dezembro de 2024.

As penas aplicadas

  • Aleksandro José da Conceição – condenado a 38 anos e 7 meses pelos crimes de latrocínio, extorsão mediante sequestro e ocultação de cadáver;
  • Lucas Ferreira de Brito – condenado a 54 anos e 1 mês pelos mesmos crimes;
  • Domingos Morais da Silva Abreu – condenado a 48 anos e 4 meses;
  • Maria Eduarda Vieira Sousa – condenada a 30 anos de prisão pelo crime de latrocínio.

Todos devem cumprir pena em regime fechado e pagar multas.

O crime

De acordo com o processo, Carloan foi atraído até uma casa no setor Jardim Mangabeira sob o pretexto de contratar serviços de limpeza e cercamento de lote. No local, foi rendido, ameaçado e torturado pelos criminosos, que exigiam dinheiro.

Sem acesso imediato à sua conta bancária, a vítima foi forçada a pedir R$ 2,5 mil emprestados a um amigo. O valor acabou depositado na conta de um dos suspeitos, mas os sequestradores não se contentaram. O grupo ainda roubou a caminhonete e o cartão bancário do pecuarista.

Conforme a decisão, os criminosos sufocaram Carloan com uma camiseta e enterraram o corpo em uma cova rasa no quintal da casa. Dias depois, uma denúncia levou a Polícia Militar até o local, onde o corpo foi encontrado com as mãos amarradas e sinais de violência.

Uso de bens roubados

Maria Eduarda, segundo a decisão judicial, foi flagrada com Aleksandro em um estabelecimento comprando bebidas usando a caminhonete da vítima. Posteriormente, ela teria utilizado o cartão bancário de Carloan em compras.

Prisões

As investigações apontaram a participação de seis pessoas. Três foram presas em Araguaína no dia 24 de outubro de 2024, outra em Wanderlândia no dia 27 do mesmo mês, e um quinto suspeito em Palmas, em novembro daquele ano. O sexto acusado nunca foi localizado.

A vítima

Carloan era conhecido no meio agropecuário da região. Ele era casado, pai de uma filha e avô de cinco netos. A filha, Elma Barros, relatou à época que o pai era “trabalhador, honesto e de coração enorme”.

“Ele estava formando meu filho mais velho em medicina, que sempre foi o orgulho dele. Era um homem de família, que viveu pelos netos e pela gente. Foi uma perda irreparável”, disse em entrevista no período da tragédia.

Defesa

A Defensoria Pública, que representa Domingos Morais e Aleksandro José, foi procurada, mas não respondeu até a publicação desta reportagem. As defesas de Lucas Ferreira e Maria Eduarda não foram localizadas.

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