COLUNA | Opinião – Goiatins: quando o bom governo se impõe ao ruído

Num país viciado em gritaria e no exibicionismo de resultados que nunca chegam, Goiatins vai mostrando que é possível governar com foco, responsabilidade e, pasmem, sem precisar fazer da política um palanque permanente. O prefeito Manoel Natalino (Republicanos), é preciso reconhecer, entrega. E entrega muito mais do que promessas e frases de efeito.

Diante de recentes questionamentos do Ministério Público, o prefeito não correu para o microfone, não subiu nas redes sociais em tom indignado, nem lançou mão da vitimização. Preferiu o silêncio institucional. E, em tempos de espetáculo, isso já diz muito. Deixou que a gestão falasse. E a gestão tem muito a dizer.

Quando assumiu em 2021, Natalino encontrou uma Goiatins estraçalhada: dívida impagável — quase R$ 60 milhões em precatórios, RPVs, encargos previdenciários —, ruas intransitáveis, hospital fechado, escolas abandonadas e uma máquina pública em ruínas. Era, literalmente, um município em processo de falência técnica e moral.

Pois bem. Em pouco mais de quatro anos, o que se vê é um salto. Dívidas renegociadas, folha em dia, e mais que isso, antecipada com frequência, servidores valorizados e economia local reaquecida. O comércio, antes sufocado, voltou a respirar graças à previsibilidade da gestão pública. Detalhe: sem populismo e sem empulhação fiscal.

Na saúde, reabertura e ampliação do hospital municipal, aquisição de ambulâncias, vans, veículos de transporte sanitário e até uma moderna van odontológica. Para um município com orçamento modesto, isso não se faz com mágica, mas com prioridade e planejamento.

A educação, por sua vez, deixou de ser um problema crônico e virou símbolo de reconstrução: escolas reformadas, climatizadas, professores com piso garantido e progressões represadas (há mais de 10 anos!) reconhecidas. Não é só gasto,  é investimento onde realmente importa. E mais: construção de escolas em aldeias indígenas, ônibus universitário e kits escolares para todos os alunos da rede. Isso é inclusão real, e não discurso para relatório bonito.

A infraestrutura urbana e rural também avançou: ruas asfaltadas, povoados antes esquecidos recebendo obras, mais de 50 pontes construídas. É chão firme, literalmente, no lugar de promessa. E tudo isso sem estardalhaço, sem manchete fabricada. Goiatins virou canteiro de obras e de soluções.

No social, CNHs gratuitas, cursos profissionalizantes, programas para crianças e idosos, casamentos comunitários, mutirões de serviços. Nada disso ganha holofotes nacionais, mas muda vidas na ponta. Como deve ser.

O que incomoda em Manoel Natalino talvez seja justamente isso: a gestão que não precisa de espetáculo. Em vez de viver de embate, vive de entrega. E, convenhamos, isso é raro. Em tempos de extremos, onde ou se grita ou se apanha, Goiatins vai mostrando que é possível governar com compostura, sem medo de dar certo.

Há muito o que aprimorar, é claro. Mas os fatos estão aí, teimosos, como dizia Nelson Rodrigues. O que se vê é uma cidade que, em vez de se render à falência, escolheu a reconstrução. E reconstruiu com método, não com mágica.

Manoel Natalino não é salvador da pátria. Ainda bem. É apenas, e isso já é muito, um bom gestor.

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