Prefeitura de Araguaína sugere que público contribuiu para desabamento de arquibancada no São João do Cerrado

Onze pessoas ficaram feridas após a queda da estrutura no São João do Cerrado; entre elas, uma mulher grávida e uma criança. Prefeitura atribui risco a “prática de pular sobre a estrutura”, o que gerou críticas.

Uma arquibancada desabou durante as apresentações do festival São João do Cerrado, na noite de quinta-feira (26), em Araguaína, no norte do Tocantins, deixando 11 pessoas feridas — entre elas, uma mulher grávida e uma criança. A queda aconteceu por volta das 23h08, no lado sul do Parque Cimba, enquanto se apresentava o casal da quadrilha Malacabados. Segundo a Polícia Militar, a estrutura cedeu a uma altura de cerca de seis metros.

O local foi isolado e equipes do Corpo de Bombeiros, Samu, Polícia Técnico-Científica e Polícia Militar atuaram na evacuação e no socorro às vítimas. Três pessoas com fraturas graves foram levadas ao Hospital Regional de Araguaína (HRA), enquanto outras seis com ferimentos leves foram atendidas na UPA. Duas vítimas foram liberadas após atendimento no local.

Em nota divulgada na madrugada desta sexta-feira (27), a Prefeitura de Araguaína afirmou que as arquibancadas haviam sido vistoriadas e liberadas pelo Corpo de Bombeiros Militar no mesmo dia do evento. O texto também sugere que a prática de “pular sobre a estrutura” por parte do público pode ter comprometido a integridade do equipamento.

A declaração gerou reação nas redes sociais e entre especialistas ouvidos pela reportagem.

“É um erro grave da gestão municipal tentar atribuir esse tipo de acidente ao comportamento do público antes da conclusão da perícia. Isso desvia o foco de responsabilidades que precisam ser apuradas com rigor técnico”, afirma um engenheiro ouvido pelo nossa reportagem.

O advogado Anderson Assis também criticou a nota.

“A prefeitura pode e deve esclarecer, mas não apontar culpados sem prova. Essa postura joga a responsabilidade para quem foi vítima”, disse.

A prefeitura afirmou ainda que todas as estruturas passarão por nova perícia completa dos órgãos competentes e que tomará decisões baseadas no laudo a ser emitido. Até o momento, a programação oficial do São João do Cerrado segue sem alterações.

Sem nome da empresa responsável

Outro ponto que chamou atenção foi a ausência de qualquer menção à empresa responsável pela montagem da estrutura, o que especialistas apontam como falha de transparência.

“Quando ocorre um colapso estrutural, a responsabilidade é dividida entre quem projeta, quem executa e quem fiscaliza. O mínimo seria dar essa informação ao público”, explica o advogado.

Vítimas

Segundo o relatório da Polícia Militar, as vítimas com maior gravidade incluem:

  • Homem de 37 anos, com possível fratura no pescoço

  • Mulher de 24 anos, com fratura no joelho

  • Mulher de 40 anos, com suspeita de fratura na coluna

A Secretaria de Saúde ainda não informou o estado de saúde das vítimas.

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