Casal é indiciado no Tocantins por maus-tratos após deixar cães abandonados; um morreu e foi devorado pelos outros
Um caso que choca pela brutalidade foi revelado nesta sexta-feira (23) em Paraíso do Tocantins, região central do estado. Um casal foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de maus-tratos a animais, após abandonar três cachorros em uma casa enquanto viajava. A negligência teve um desfecho trágico: um dos cães morreu e os outros dois, na luta desesperada pela sobrevivência, acabaram se alimentando do corpo do animal morto.
O inquérito foi finalizado após denúncia anônima que levou os policiais até a residência, onde encontraram os três cães. Dois estavam vivos, mas em condições precárias, e o terceiro já sem vida. A vigilância sanitária foi acionada e resgatou os animais sobreviventes, encaminhando-os para um abrigo.
De acordo com o delegado José Lucas Melo, o casal, uma mulher de 49 anos e um homem de 45, deixou os animais sozinhos, sem providenciar qualquer tipo de cuidado ou alimentação para os dias em que estiveram ausentes. “Eles não haviam solicitado para que outra pessoa prestasse auxílio aos animais. Assim, agiram com total desprezo quanto aos cães que estavam sob sua tutela e que inevitavelmente teriam um resultado de morte, dada a impossibilidade de fugir ou de buscar mantimento”, declarou o delegado.
Os suspeitos foram identificados durante as investigações e, no interrogatório, confirmaram o abandono, alegando arrependimento. Os nomes não foram divulgados, e até o momento, não houve manifestação da defesa.
A Polícia Civil enquadrou o casal no crime de maus-tratos qualificado, previsto na legislação, pois a conduta resultou na morte de um dos animais. O inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário, e caso sejam condenados, os suspeitos podem pegar até seis anos e oito meses de prisão.
O delegado José Lucas Melo reforçou a importância da responsabilidade dos tutores. “Nesses casos, devem garantir que familiares ou mesmo vizinhos, fiquem encarregados de fornecer alimentação, água e cuidados básicos aos animais, pelo período de ausência dos tutores, a fim de evitar situações extremas como no caso em apreço”, destacou.