Federação entre União Brasil e Progressistas movimenta cenário político no Tocantins e pressiona definições para 2026
A criação da União Progressista — federação que une os partidos União Brasil (UB) e Progressistas (PP) — deve provocar uma série de realinhamentos políticos no Tocantins, com reflexos diretos nas eleições de 2026. Com o anúncio oficial previsto para esta terça-feira (29), o novo bloco nasce como uma das maiores forças parlamentares do país e terá papel decisivo na formação das principais chapas no estado.
A federação contará com a maior bancada da Câmara dos Deputados, somando 109 parlamentares, além de mais de mil prefeituras no país, incluindo 52 no Tocantins, o que representa cerca de 37,4% das administrações municipais tocantinenses. O bloco também terá acesso a robustos recursos financeiros — fator que pode influenciar diretamente na competitividade das campanhas.
Disputa no Tocantins: Palácio Araguaia em foco
No cenário estadual, três nomes despontam com protagonismo dentro da nova federação: Dorinha Seabra (UB), senadora e presidente regional do partido; Carlos Gaguim (UB), deputado federal e ex-governador; e Vicentinho Júnior (PP), também deputado federal e ex-secretário de Estado. Todos são apontados como pré-candidatos às eleições de 2026.
Dorinha tem se movimentado com foco no Governo do Tocantins, enquanto Gaguim e Vicentinho Júnior demonstram interesse em disputar vaga no Senado Federal. Com a federação oficialmente formada, o desafio do trio será manter a unidade interna, conciliando interesses pessoais com a estratégia conjunta do novo bloco.
Decisão de Wanderlei embaralha o jogo
Apesar da força da federação, qualquer composição de chapa no Tocantins passa obrigatoriamente por uma decisão estratégica: a eventual renúncia do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), que avalia deixar o cargo para disputar uma vaga no Senado. Se confirmar a saída, Wanderlei será uma peça determinante na formação das alianças em 2026.
Nos bastidores, o governador tem sinalizado preferência pelo presidente da Assembleia Legislativa, Amélio Cayres, para sucedê-lo no comando do Palácio Araguaia. Cayres, que também é do Republicanos, tem intensificado a articulação política e ampliado sua presença em eventos pelo interior do estado.
Eduardo Gomes
Outro fator que pode alterar o tabuleiro é o senador e atual vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes (PL). Embora seja cotado para disputar a reeleição, aliados próximos afirmam que ele também considera uma candidatura ao Governo do Estado. A decisão de Wanderlei, nesse caso, será central: se optar por concorrer ao Senado, é possível que Gomes reveja seus planos e mire o Executivo.
Construção de alianças
A definição do estatuto da União Progressista, prevista para as próximas semanas, será essencial para definir os critérios de escolha de candidaturas majoritárias e proporcionar segurança jurídica e política aos filiados. No Tocantins, o novo arranjo já nasce com forte base municipal e capacidade de interlocução nacional — fatores que aumentam seu peso nas negociações eleitorais.
Com uma configuração inédita, a federação entre UB e PP deve obrigar partidos aliados e adversários a recalcularem suas rotas e acelerarem articulações. Em um cenário onde nada está decidido, a movimentação de Wanderlei Barbosa, a estratégia de Eduardo Gomes e a gestão interna da federação definirão os rumos do Tocantins em 2026.