Prefeito de Araguaína contrata quase 300 comissionados em um único dia, apesar de queixas sobre queda de repasses
Mesmo após afirmar que o município enfrenta dificuldades financeiras, o prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues (União Brasil), autorizou de uma só vez a nomeação de 271 servidores comissionados, conforme publicação no Diário Oficial do último dia 11 de abril. As nomeações foram feitas para diversas secretarias da administração municipal.
A medida chama atenção porque, em fevereiro deste ano, Wagner declarou publicamente que “a situação financeira do município não é das melhores”, atribuindo parte do cenário às sucessivas quedas nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), por parte do governo federal. A declaração foi feita em meio à justificativa de contenção de gastos.
No entanto, os dados mais recentes do Portal da Transparência mostram que, apenas no mês de março, a prefeitura de Araguaína contava com 7.150 servidores ativos — a maioria deles comissionados ou contratados, ou seja, sem vínculo por concurso público. O número não inclui trabalhadores terceirizados que atuam em áreas essenciais, como a saúde e a limpeza urbana.
Na saúde, o Hospital Municipal e o PAI (Pronto Atendimento Infantil) são geridos pelo Instituto de Saúde e Cidadania (ISAC). Já o serviço de limpeza pública, historicamente, permanece sob responsabilidade da mesma empresa há décadas.
Um levantamento divulgado em 2024, durante as eleições, estimou que a folha de pagamento da prefeitura gira em torno de R$ 30 milhões por mês. Quando Wagner assumiu o cargo de prefeito, em janeiro de 2021, o total de servidores na folha era pouco superior a 3.700.